Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Ele era filho único de um casal bem pobre: o pai era pintor mulato e a mãe era lavadeira portuguesa. Machado ficou órfão bem cedo e permaneceu na escola por um período curto. Na verdade ele precisou aprender tudo sozinho. Desde os 16 anos, frequentava a tipografia de uma revista chamada Marmota Fluminense, e logo se tornou um aprendiz de tipógrafo. Foi dessa forma que sua carreira de escritor começou. No início ele frequentava os manuscritos e depois se tornou um jornalista. Em 1869, Machado casou-se com Carolina, uma jovem portuguesa, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais. Depois da morte de Carolina, ele se isolou numa casa confortável no Cosme Velho - um bairro do Rio de Janeiro - , onde morreu em 1908, nos deixando uma obra composta por várias novela e poemas, muitos contos, críticas e crônicas, algumas comédias e peças de teatro.

LITERATURA

Ninguém pode pensar em produção literária sem pensar em Machado de Assis. A perfeição dos eu estilo e a harmonia de todas as suas qualidades exigidas de um grande autor fazem dele um dos mais ( talvez o mais ) completos personagens da nossa literatura. Sua produção pode ser dividida em duas fases: antes e depois de 1879. A primeira é totalmente inspiração romântica. Seus primeiros trabalhos em literatura foram versos, críticas e comédias, publicadas em revistas e jornais. Em 1961 a comédia "Desencantos" foi publicada. Em 1964, o primeiro volume de poesias - "Crisálidas"- apareceu; em 1970 a primeira coleção de contos - "Contos Fluminenses" -; em 1971 , o primeiro romance - "Ressurreição". As poesias "Falentas" e "Americanas", os romances "Helenas", "A mão e a luva" e Iaiá Garcia", e o livro de contos "História da Meia-Noite" também fazem parte dessa fase romântica. Em "Helena", o autor fala do seu drama pessoal de ter uma condição pobre, e da ambição de fugir dessa situação. Ao mesmo tempo ele sutilmente cita um relacionamento amoroso pessoal através de uma personagem feminina. Em "Americanas", uma poesia nacionalista, nota-se o forte cuidado com a forma e a língua, característica marcante de Machado de Assis.

A segunda fase da sua produção pertence ao estilo chamado Realismo. E é aqui que se encontra as obras de arte do autor. Nesta fase, notamos Machado de Assis, como um homem incrédulo, pessimísta e irônico. Em "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - primeiro romance realista brasileiro, publicado em 1881 - Machado inicia as técnicas dos parágrafos curtos, das frases curtas, do tom humorístico. Dentro deste espírito, ele escreveu "Quincas Borbas", "Dom Casmurro" e "Esaú e Jacó". Em todos esses livros, encontramos uma preocupação de uma análise psicológica e a crítica à sociedade. Além disso eles são romances - documentários, já que descrevem uma época. Nesse período, nós encontramos os contos "Missa do Galo", "Uns Braços", "O alienista", além de outros, todos reunidos em três livros: "Papéis Avulsos", "Histórias sem Data" e "Várias Histórias".

Seus último romance, "Memorial de Aires", quebra a unidade da segunda fase. A forma continua a mesma, mas o espírito, tocado pela morte de sua esposa, é diferente. O narrador do livro, Conselheiro Aires, é uma pessoa incrédula, bem como Brás Cubas e Dom Casmurro. Mas ele não tem o cinismo dos outros dois personagens. Machado de Assis contribuía constantemente com a imprensa, desde 1897. Suas crônicas compreendem sete volumes e representam uma parte importante de sua carreira.

TEATRO

Machado de Assis escreveu três peças originais para teatro: Tu só, tu, por amor, Não consultes Médico e ainda Lição de Botânica, além de muitas traduções e duas comédias, que são Desencantos e As Bodas de Joaninha. Elas são peças com poucos personagens ( quatro ou seis ) e muitos diálogos. Infelismente, muitas das traduções estão perdidas, talvez por culpa do próprio autor. Ele não as tornava públicas. A ambição de Machado de Assis, quando jovem, era realmente o trabalho de teatro. Mas ele não tinha o talento para o drama, apesar de estudar, ler , conhecer a língua, te a vontade de produzir e a habilidade de observar e generalizar. Machado tinha perfeição de estilo, mas não tinha movimento; ele tinha graça e harmonia, mas perdeu o poder e o impulso. O teatro de Machado de asssis é melhor refletido numa leitura calma do que sebdo mostrado ao público. Desta forma o charme e a graça do estilo, e a perfeição do diálogo não são perdidos.